É PRECISO ESTAR ATENTO E FORTE !


A onda de protestos que ora está a acontecer de norte a sul do Brasil, iniciada tendo como elemento causador o aumento de R$ 0,20 (vinte centavos) sobre o preço das passagens do transporte público na cidade de São Paulo, está dando o que falar. Estudantes, militantes de partidos políticos e militantes de sindicatos de trabalhadores ocuparam as ruas da cidade de São Paulo em protesto  contra essa medida, como sempre acontece nessas ocasiões, o que só veio onerar ainda mais o já combalido orçamento dos trabalhadores e da população em geral que  são aqueles que mais utilizam os transportes públicos. 

Desse momento para frente, políticos oportunistas e militantes "profissionais"  bancados pelos partidos políticos que encontram-se em oposição ao governo federal, principalmente, infiltraram-se no movimento na tentativa de  reforçar seus encaminhamentos político-ideológicos, propondo e praticando ações extremadas com a finalidade da obtenção de respaldo político eleitoreiro s massas insatisfeitas, sintomaticamente, às vésperas das eleições majoritárias para presidente da república que deverá acontecer no ano de 2014, sem contudo necessitar mostrar a cara para não cometimento de crime eleitoral e, por extensão,  desnortear o governo que passará a administrar uma crise cavalar e não governar o país, afastando-se  assim, do foco político eleitoral, permitindo à oposição a exploração de amplo espaço para atuação junto á  opinião pública, apoiado pela grande mídia nacional, aliada de todas as horas de há muito tempo, para fazer crescer as possibilidades de a oposição possa obter sucesso quando da realização do referido pleito eleitoral.

Não podemos desconhecer que, de certa forma, o governo foi como que apanhado de surpresa. Durante um certo tempo preferiu permanecer calado, como que observando e espreitando que tipo de reação deveria ser tomada. Por ter pensado eleitoreiramente assumiu a pior saída. Inicialmente tomou a iniciativa de receber os "líderes" de um movimento que se autoconfigura como apartidário para discutir procedimentos conjuntos, dando peso a quem nada pesa. Andou para trás. Governa-se com atitudes firmes e coerentes. É para isso que os governos são eleitos. Na medida em que é demonstrada alguma dúvida, algum vacilo, corre-se o risco de passar recibo de fraqueza, de incompetência. 

Para tornar o quadro ainda mais complicado o governo vem com a proposta de patrocinar uma consulta popular, um plebiscito, com o intuito de viabilizar a reforma política, o que, sincera e honestamente não vem ajudar em nada à pauta de reivindicações inicial onde esse tema não se encontrava inserido. Ajuda sim a desviar o foco da discussão, o que vem irritando a oposição.

Com essas atitudes o governo veio proporcionar aos múltiplos e diferentes segmentos sociais a redobrarem esforços no sentido de construir a mais ampla pauta de reivindicações possível, e nela inserir seus mais próximos e sentidos interesses, o que não é ilegítimo, muito pelo contrário. Porém, não custa nada realizar uma pequena pausa para se pensar um pouco nos últimos acontecimentos ocorridos no Egito para se verificar que qualquer semelhança não é mera coincidência como quase sempre nos é obrigado a assim imaginarmos.

Um exemplo significativo desses fatos que utilizam das oportunidades para se fazerem vistos é o que está sendo proporcionado pelos profissionais médicos que ora se vêem mobilizados e aptos a protestarem contra a chamada importação de médicos estrangeiros para atuarem no Brasil sem realizarem a prova de revalidação. 

Para adensar seu movimento de protesto os médicos reivindicam mais verbas e investimentos para a saúde além de um plano de carreira para a categoria. Também não somos a favor dessa importação de médicos porém, temos algumas ressalvas a serem levantadas quanto à forma de atuação dos profissionais médicos brasileiros, no seu dia a dia, quais sejam:

1.a maioria dos profissionais médicos graduados, residentes, pós graduados, especializados, mestrados, doutorados, pós doutorados têm auferido esses upgrades profissionais bancados quase sempre por recursos públicos e mesmo assim, ao que se tenha conhecimento pouco ou quase nenhum retorno aos mais pobres socialmente é realizado, por menor que seja;

2.a maioria dos profissionais médicos não aceitam trabalhar em centros urbanos do interior dos Estados alegando falta de condições de trabalho, principalmente;

3.boa parte dos médicos não aceita estar vinculado ao Programa Saúde da Família, tendo em vista que esse programa requer dedicação exclusiva dos profissionais que são bem remunerados mas, alegam eles que sem encontrarem-se vinculados a essa dedicação exclusiva conseguem auferir melhores rendimentos financeiros;

4.poucos profissionais médicos têm o mesmo interesse e dedicação profissional que demonstram quando numa instituição de saúde privada que quando numa instituição de saúde pública, alegando que no setor de saúde privada têm à disposição melhores condições de trabalho e são melhor remunerados do que no setor de saúde pública.

Quanto às demais demandas da classe médica brasileira são todas procedentes, apesar de não vermos tão frequentemente esforços mais contundentes serem realizados pelos profissionais médicos em favor da população em geral, principalmente dos mais pobres.

No mais é preciso sempre estarmos atentos a tudo que acontece ou está para acontecer ao nosso redor, para não sermos apanhados de surpresa.

Um forte abraço.
  
  

  
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