REFLEXÕES NECESSÁRIAS E POSSÍVEIS

Em tese, o planeta Terra continua o mesmo, isto é, com as mesmas funções que objetivaram sua criação, como de resto, e por extensão, todo o mundo existente no sistema solar. Até os seres humanos, afora as alterações evolutivas, também pode-se considerar que continuam os mesmos de sempre.

Acontece porém, que as transformações sofridas pelo planeta Terra decorrentes de fenômenos naturais observados periodicamente têm transformado bastante a face do planeta, mas não de forma tão drástica como as transformações praticadas pelos seres humanos, os quais em nome do "progresso" têm sistematicamente abusado de violentar o design e o contexto dessa tão maravilhosa morada que nos foi concedida para que habitássemos e cuidássemos muito bem de todo esse contexto maravilhoso, o que desde sempre não temos praticado.

No início da "ocupação" poder-se-ia até afirmar-se que os seres humanos do início fossem ignorantes ou que não possuíssem referenciais para proceder comparações efetivas entre o que tinha acontecido e o que poderia acontecer. Tudo bem, mas isso não será o eixo que norteará as reflexões que deverão ser tratadas por todos os seres humanos agora e num futuro próximo quando tudo leva a crer que o final é logo ali.

Com o transcorrer dos tempos a relação entre os seres humanos e o ecossistema do planeta foi deteriorando-se pouco a pouco decorrência da ação impensada, desorganizada e altamente interesseira praticada pelos seres humanos, que sempre buscaram auferir, através de apropriações das riquezas que a Terra oferece, a satisfação do ego de cada um.

E assim tem caminhado a humanidade na busca incessante de correr atrás da satisfação individual e não da satisfação coletiva. Neste longo percurso de história da humanidade na Terra observamos o movimento inebriante pela acumulação de bens e capitais o que tem gerado e continuará gerando mais desigualdade e mais perversidade na relação entre os seres humanos, gerando violência e cada vez mais violência entre as pessoas, infelizmente.

No século XVII Thomas Robert Malthus, economista, estatístico e demógrafo inglês percebeu que o crescimento populacional entre os anos 1650 e 1850 dobrou decorrência do aumento da produção de alimentos, da melhoria das condições de lazer, do aperfeiçoamento no combate às doenças, da melhoria do saneamento básico e a revolução industrial fizeram com que a taxa de mortalidade diminuísse e a taxa de natalidade aumentasse.

Preocupado com o crescimento populacional acelerado ele publicou uma série de ideias alertando da importância do controle da natalidade, afirmando que o bem estar populacional estaria intimamente relacionado com o crescimento demográfico do planeta. Achava ele que o crescimento desordenado acarretaria na falta de alimentos para a população, acarretando como consequência a fome. A população crescia em progressão geométrica enquanto a produção de alimentos crescia em progressão aritmética.

Nos dois parágrafos anteriores é colocada a visão da teoria malthusianista a respeito da relação entre a produção de alimentos e o crescimento vegetativo da população do planeta, apesar de que a tendência futura do crescimento vegetativo da população mundial comece a diminuir. E ademais, desde o advento da revolução industrial que a produção tem aumentado não somente na produção de alimentos, mas do processo produtivo em geral.

Hoje em dia com a imensa quantidade de novas tecnologias e ferramentas disponíveis não era para observarmos tantos problemas tidos como sem solução, como a fome, o que nos provoca indignação, só para citarmos apenas uma destas situações que é a fome, dentre tantas outras de igual intensidade.

O que nos causa espécie hoje em dia é a baixa taxa de sensibilidade humanista que impera principalmente nas civilizações ocidentais, cristãs, ditas fraternas e solidárias, mas capitalistas. As fomes da população não são consequências naturais do processo de ocupação da raça humana no planeta Terra, mas tão somente consequência da concentração do poder econômico, do poder político, do poder religioso, do poder de mídia, enfim, de todos os poderes possíveis e imagináveis encontrarem-se em mãos de tão poucos e tão inescrupulosos seres humanos tão desumanos, cujo Deus é o lucro, o dinheiro.

Hoje os seres humanos encontram-se tão distantes do que realmente lhes é necessário e urgente, das suas mais aflitivas preocupações, induzidos que encontram-se pela poderosa mídia que lhes ordena sempre a consumir, a consumir e consumirem-se com tantas contas para pagar.           

Os seres humanos perderam seus nomes, perderam seus valores, perderam suas crenças. Hoje não passam de números, quantificados em estatísticas que definem nichos de mercado onde nos santuários shoppings centers, induzidos pelos sacerdotes do marketing fazem o Deus cartão de crédito, todo poderoso aparecer e desfilar garboso pela máquina de arrecadação do dízimo!

É para se pensar muito a esse respeito. Não se pode fechar os olhos. Não se pode tapar os ouvidos. Não se deve calar! Tudo isso acontece diuturnamente ao nosso redor e vai continuar a acontecer. Para tentar reverter o quadro necessário se faz assumir uma atitude a partir de cada um de nós. Que cada pessoa passe a proceder de forma diferente do procedimento geral imperante, sem radicalismos. Numa boa.

Um abraço fraterno!
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1 comentários:

  1. Muito inteligente o seu posicionamento descrito no artigo parabéns pelo artigo.

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